AS PALAVRAS
.
São como cristal
as palavras.
Algumas, um punhal
um incêndio.
Outras
orvalho apenas.
Secretas vêm, cheias de memória.
Inseguras navegam:
.
barcos ou beijos
as águas estremecem.
Desamparadas, inocentes
leves.
.
Tecidas são de luz
e são a noite.
.
E mesmo pálidas
verdes paraísos lembram ainda.
.
Quem as escuta? Quem
as recolhe, assim
cruéis, desfeitas
nas suas conchas puras?
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Eugénio de Andrade
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Pintura de Bernardino Licinio
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sábado, setembro 14, 2019
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